Micro-organismo é capaz de se alimentar e crescer usando arsênio, elemento tóxico para a maioria das criaturas
Janeiro de 2011
Pesquisadores da Nasa anunciaram no início do mês de dezembro de 2010 a descoberta de um micro-organismo capaz de se alimentar, crescer e se reproduzir usando arsênio — elemento tóxico para a maioria das criaturas —, em vez de fósforo. Os sinais de que a bactéria pode substituir um nutriente considerado até então essencial para a vida expande o horizonte para a busca de vida extraterrestre:
"A descoberta de uma composição bioquímica alternativa irá alterar livros de biologia e expandir o escopo da pesquisa por vida fora da Terra", anunciou a Nasa.
Autora da descoberta, a cientista Felisa Wolfe-Simon, do Instituto de Astrobiologia da Nasa, explicou que sua equipe de pesquisadores recolheu a bactéria, batizada de GFAJ-1, e a expôs a altas concentrações de arsênio, ao que o organismo pôde se adaptar e crescer, substituindo o fósforo pelo nutriente tóxico. O micro-organismo foi encontrado no Lago Mono, na Califórnia, que é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênio.
A descoberta é importante na busca por vida extraterrestre, pois sugere que, ao se encontrar um organismo que pode viver à base de arsênio, assume-se a possibilidade de que uma forma de vida que use este elemento químico possa ocorrer naturalmente, seja na Terra ou em outro planeta, onde o arsênio seja mais comum.
Seis elementos são considerados essenciais para a composição da vida: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. A nova bactéria seria a primeira exceção à regra, o que sugere que há possibilidade da existência de vida sem os seis elementos julgados essenciais pela ciência moderna.
Em nota. o coautor do estudo, Ariel Anbar, afirmou que "a vida como a conhecemos requer alguns elementos químicos em particular e exclui outros. Mas seriam essas as únicas opções? Como a vida poderia ser diferente?".
